Andréia
Saí do consultório no fim do plantão com a cabeça ainda cheia, quando ouvi passos apressados atrás de mim.
— Ei! Renata apareceu com aquele sorriso de sempre. — Que cara é essa?
— Cansaço sorri de volta, mesmo sem forças.
— Sei. Cansaço com um toque de confusão emocional, talvez?
Revirei os olhos, rindo.
— Vamos almoçar. Meu amigo querido tá no shopping, chamou a gente. Vai fazer bem.
— Não tô com muita cabeça...
— Justamente por isso. Vai, vamos trocar de roupa, dar uma respirada. Só almoço, nada demais.
Respirei fundo. E aceitei.
Sentamos em um restaurante mais reservado do shopping. A comida ainda nem tinha chegado, e Renata já estava me encarando com aquele olhar de raio-x que só amiga íntima sabe fazer.
— Faz quanto tempo que você tá saindo com o Bruno?
— Algumas semanas… uns dois meses, eu acho.
— E?
Suspirei, mexendo no copo de suco.
— Ele é maravilhoso, Rê. Gentil, respeitoso, atencioso. Sempre tem um gesto doce, uma palavra boa.
— Mas…
— Mas eu não sinto o que deve