Vi quando ela recebeu o buquê.
Não precisava me aproximar pra saber de quem era. O hospital inteiro já sabia. Bruno, o bonitão da emergência, tinha deixado sua marca — e agora fazia questão de mostrar pra todo mundo que tinha avançado mais do que eu fui capaz de ir.
Ela sorriu. Um sorriso leve, quase tímido… mas sincero. Aquilo me atingiu mais do que eu esperava.
Caminhei até a porta do consultório dela, impulsivo. Ia bater, dizer qualquer coisa — mas parei quando ouvi sua voz.
— Eu aceito… Me avisa o horário e o lugar.
Engoli seco. Fiquei parado ali, como um idiota, escutando ela marcar um encontro com outro homem. Um encontro que podia ser leve pra ela… mas pra mim foi como um soco no peito.
Sem pensar, virei e fui direto para a sala do Rafael. Ele levantou os olhos do computador quando me viu entrar e sentar, sem dizer uma palavra.
Ficou me observando em silêncio por um tempo, até que eu explodi:
— Sabe, Rafa… tem algo acontecendo comigo.
Ele encostou na cadeira, atento.
— Desde a