Gustavo
vestiário estava quieto. O plantão tinha sido puxado e minha cabeça ainda girava com o peso das últimas horas. Esqueci meu relógio no armário, e voltei só pra pegar. Não pensei muito.
Quando abri a porta, parei no tempo.
Ela estava de costas, terminando de vestir o sutiã, e por um segundo, meu corpo travou. Não por desejo. Mas pela dor que vi. A pele dela... marcada. Ferida. Cicatrizes antigas.
Meu coração apertou de um jeito que nunca tinha apertado antes.
— Andréia… minha voz saiu sem força. — Quem fez isso com você, minha linda?
Ela se virou assustada, tentou se cobrir com os braços, como se estivesse sendo pega em algo errado. Mas errado era o que fizeram com ela.
Me aproximei devagar, tocando suas costas com cuidado. Era como se tocar aquelas marcas fosse tocar o passado dela.
Quando vi o rosto dela… eu me perdi.
A dor estava toda ali. Crua. Gritando em silêncio.
— Me desculpa falei, engolindo o nó na garganta. — Eu não queria invadir, nem ver assim... Mas agora