Andréia
Por um instante, tudo ficou em silêncio de novo. Mas, dessa vez, o silêncio era confortável. Como se as dores compartilhadas tivessem, de algum modo, se abraçado também.
— Sabe o que é louco? ele disse, olhando pro café quase frio nas mãos. — Eu entendo esse seu sentimento. De gostar de alguém.
Virei o rosto devagar, prestando atenção. Ele raramente falava sobre si com tanta entrega.
— Eu errei feio com uma mulher incrível continuou. — E, até hoje, não consigo tirar ela da cabeça.
Fiquei em silêncio, deixando que ele fosse no tempo dele.
— O nome dela e Estela ele disse, com um suspiro pesado. — Foi com ela.
— Aconteceu numa noite... complicada. Eu tava vulnerável, tinha bebido um pouco demais. E ela… ela tava lá, com aquele jeito doce de sempre. A gente conversou por horas. E, de repente, aconteceu. Nós estávamos bebendo muito eu precisei de ajuda para ir para o quarto e a gente fez sexo. E eu tirei a virgindade dela.
Ele passou a mão no rosto, visivelmente incomodado com