Andréia

tempo passou.

E com ele, muita coisa mudou.

Gustavo e eu nos reaproximamos aos poucos. A convivência no hospital, os plantões divididos, as conversas no intervalo… tudo foi costurando de volta uma amizade que, por mais frágil que tivesse ficado, nunca chegou a se romper de verdade. Hoje, posso dizer que somos amigos. Amigos de verdade. Daqueles que se escutam, que riem das mesmas besteiras, que se entendem no olhar.

Mas também seria mentira dizer que não sinto mais nada.

Sinto, sim. E talvez por isso me irrite tanto com ele. Qualquer comentário atravessado, qualquer olhar mais cínico, qualquer silêncio que dura demais… me tira do sério. Eu sei que existe tensão entre a gente. E por mais que eu tente me convencer de que é só implicância, lá no fundo, eu sei o motivo.

Nesse tempo, também vi o crescimento profissional dele. Gustavo se tornou ainda mais brilhante no que faz. Conquistou o respeito da equipe, dos pacientes, e o meu também. Só não abriu mão de continuar saindo com u