(Isabella)
Saí daquele prédio como se estivesse fugindo de um incêndio. Cada passo era uma luta para manter a compostura, para não desabar ali mesmo, no meio do lobby luxuoso da empresa dele. Segurei minhas lágrimas com uma força que eu não sabia que tinha, o nó em minha garganta tão apertado que mal conseguia respirar. Só quando entrei no conforto do meu carro, com as portas trancadas me isolando do mundo, foi que a primeira lágrima escorreu, quente e traiçoeira. E depois dela, vieram outras, involuntárias, silenciosas.
Dirigi direto para casa, o caminho um borrão através do meu choro. Quando entrei na garagem do meu prédio, estacionei o carro e não consegui mais parar. Não desliguei o motor, não saí. Apenas me curvei sobre o volante e chorei. Um choro abafado, gutural, cheio de toda a dor, humilhação e raiva que eu havia reprimido. Eu pensava que não tinha mais lágrimas para chorar, que já havia esgotado todo o meu estoque de tristeza. Mas eu me equivoquei. Fiquei ali, não sei por