Na manhã seguinte, o escritório de Pedro na Construtora Campos era um santuário de ordem e controle, um contraste gritante com o caos em sua mente. O sol da manhã entrava pelas janelas panorâmicas, iluminando a sala espaçosa, mas Pedro mal notava. Ele estava imerso em trabalho desde as sete da manhã, usando a complexidade dos números e dos contratos como um anestésico.

Diana entrou silenciosamente, colocando uma xícara de café fresco em sua mesa.

— Senhor, o Dr. Fellipe ligou. Ele disse que está trazendo os documentos finais para a transferência das propriedades.

— Ótimo. Peça para ele subir assim que chegar — respondeu Pedro, sem tirar os olhos da tela do computador.

Ele tentava se concentrar, mas sua mente continuava voltando para o fim de semana. A briga com Oscar, a expressão de Isabella, o beijo... Aquele beijo. Por que ela correspondeu, mesmo que por um segundo? E por que ele fugiu depois? A verdade é que ele se assustou. Assustou-se com a própria vulnerabilidade, co