“A vingança foi minha razão, mas Luna se tornou minha maldição.” — Fernando Torrenegro
🖤
Não dormi.
O quarto inteiro parecia um inimigo. As paredes estreitavam-se, o teto pesava, o ar queimava. E, no centro de tudo, o nome dela martelava como se fosse o único som no mundo: Luna.
Eu me servi de mais whisky do que deveria.
Talvez esperasse que o álcool calasse a voz dela na minha cabeça, que apagasse a lembrança da suavidade de sua boca, a ousadia de suas palavras. Mas o efeito foi o contrário. Cada gole fazia o veneno dela se espalhar ainda mais.
A vingança…
Preciso lembrar da vingança. Foi por ela que eu vivi todos esses anos. Foi ela que me manteve de pé, me fez atravessar infernos e voltar vivo. Mas, quando fecho os olhos, não vejo o rosto de Castilho. Vejo o dela.
E isso me consome.
Não suporto a ideia de fraqueza. Não em mim. Sempre soube manipular, calcular, prever cada movimento antes de qualquer adversário. Mas com Luna… não há cálculo possível. Ela desarma sem nem perceber. S