Após fugir de um relacionamento abusivo, Ângela se muda para uma pacata vila na Itália, buscando escapar das sombras de seu passado. No entanto, o que ela não sabe é que esse novo começo a levará a um mundo repleto de mistérios, magia e seres sobrenaturais. Em sua jornada de autodescoberta, ela se depara com três homens enigmáticos Zane, Theo e Damian, cada um com um poder incontrolável e uma ligação com ela mais profunda do que ela poderia imaginar. À medida que se aproxima deles, Ângela descobre que possui habilidades mágicas latentes, algo que pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição. Mas, à medida que o vínculo entre eles cresce, também surgem perigos inimagináveis que ameaçam não apenas a vida de Ângela, mas o destino de todos ao seu redor. Ela precisará fazer escolhas difíceis, lutar contra as forças que estão se formando em torno dela e aceitar o seu lugar em um mundo que nunca imaginou existir. Em meio ao desejo arrebatador, lealdades conflitantes e revelações perturbadoras, Ângela se vê dividida entre o amor e o poder, e entre os homens que prometem protegê-la e os segredos que a cercam. O que ela descobrirá sobre si mesma e seu papel nesse mundo sobrenatural mudará tudo para sempre.
Ler maisO motor do táxi velho roncou antes de parar em frente à casa isolada. Angela apertou a alça da mochila contra o peito, respirando fundo. O ar era diferente ali — mais denso, carregado de uma eletricidade invisível que arrepiava a pele. A vila de Montemori parecia saída de um conto antigo: ruas estreitas de paralelepípedos, janelas fechadas com cortinas pesadas, sombras longas que dançavam nas paredes de pedra.
O motorista, um senhor de poucos dentes e menos palavras, desceu para abrir o porta-malas. Angela agradeceu em italiano arranhado. Ele apenas assentiu e voltou para o carro, deixando-a sozinha diante da cabana que agora chamaria de lar. A casa era pequena, mas encantadora — tijolos rústicos cobertos por trepadeiras, uma varanda de madeira gasta e janelas circulares como olhos atentos. Tudo parecia silencioso demais. Nenhum pássaro cantava. Nenhuma brisa agitava as folhas. Era como se a própria vila prendesse a respiração diante dela. Angela girou a chave na fechadura e empurrou a porta. Um cheiro de madeira velha e ervas secas a envolveu. Lá dentro, tudo estava exatamente como nas fotos: móveis simples, uma lareira de pedra, prateleiras cheias de livros empoeirados. Ela largou a mochila no chão e se permitiu um suspiro trêmulo. Você conseguiu, Angela. Está livre. Ou pelo menos era o que queria acreditar. A tarde avançou lentamente. Depois de limpar um pouco a casa e instalar seu mínimo de pertences, Angela decidiu explorar os arredores. Seguiu um caminho estreito atrás da cabana, que levava a uma floresta densa e antiga. As árvores pareciam sussurrar em uma língua que ela não conhecia, suas copas formando um teto quase impenetrável de sombra. Enquanto caminhava, sentiu algo a observando. Um frio rastejou por sua espinha, e ela se virou — nada. Você está imaginando coisas. Continuou andando, embora cada passo ecoasse alto demais na trilha silenciosa. Foi então que o viu. Uma figura parada entre as árvores. Um homem alto, de cabelos negros como a noite e olhos dourados que brilhavam mesmo na penumbra. Ele não se movia, apenas a observava com uma intensidade que fez seu coração disparar. Angela engoliu em seco. — Ciao...? — arriscou, a voz mais fraca do que gostaria. O homem inclinou levemente a cabeça, como se a estudasse. Depois, sem dizer uma palavra, virou-se e desapareceu entre as árvores, tão rápido e silencioso que pareceu um fantasma. Angela ficou ali por um longo momento, o coração martelando no peito. Quem era ele? E por que, em algum nível primal e inexplicável, seu corpo inteiro havia respondido à sua presença? Ela sacudiu a cabeça, tentando afastar o medo — ou seria a excitação? — e voltou apressada para casa, sem perceber que, nas sombras da floresta, três pares de olhos a seguiam... e nenhum deles estava disposto a deixá-la escapar. O céu se tingia de laranja e roxo enquanto Angela caminhava de volta para a vila. A floresta atrás de sua nova casa parecia quase viva, com sombras que se alongavam e sussurravam segredos entre as árvores antigas. Seus passos ecoavam na trilha estreita, e, apesar da beleza selvagem ao redor, o medo sussurrava em sua mente. Aquele homem... Seus olhos dourados ainda queimavam em sua memória. Nunca, em toda sua vida, alguém havia olhado para ela daquela maneira. Como se ele a conhecesse. Como se pudesse ver cada cicatriz invisível que ela tentava esconder. Angela se abraçou, sentindo o vento frio acariciar sua pele exposta. O vestido leve que usava era pouco contra o arrepio que se espalhava por seu corpo — e ela sabia que não era apenas o frio da noite. Assim que pisou na rua principal da vila, notou como o ambiente mudava. As janelas estavam fechadas, as portas trancadas. Nenhum som de conversa, nenhum riso de crianças. Era como se a vila inteira segurasse o fôlego sempre que ela aparecia. Ela sentiu os olhos. Observando. Julgando. Eram diferentes dos olhos do estranho na floresta. Esses olhos eram frios, desconfiados. Já o dele... havia fome ali. Não a fome de um predador comum, mas algo mais primal, mais antigo. Angela apertou o passo, desejando o conforto da cabana que agora chamava de lar. Foi quando o sentiu de novo. Aquele arrepio — aquela consciência de que não estava sozinha. Virou a esquina da viela e parou abruptamente. Ele estava ali. De pé, encostado na parede de uma casa de pedra, como se tivesse surgido das sombras. Seus cabelos negros caiam sobre a testa, e seus olhos dourados — meu Deus, aqueles olhos — a prendiam como algemas invisíveis. Angela abriu a boca para falar, mas nenhum som saiu. Ele caminhou em sua direção, passos lentos e predadores. Cada fibra do seu ser gritava para correr, mas ela não conseguia se mover. Era como uma mariposa hipnotizada pela chama. Quando ele parou a poucos centímetros dela, Angela teve que inclinar a cabeça para olhá-lo nos olhos. Ele era... grande. Alto, largo, sólido como uma muralha. O calor que emanava dele era palpável, e seu cheiro — uma mistura de madeira queimada, terra molhada e algo puramente masculino — a envolveu, intoxicante. O estranho falou pela primeira vez, sua voz rouca e profunda. — Você é nova aqui. Não era uma pergunta. Era uma constatação. Como se ele já soubesse tudo sobre ela. Angela umedeceu os lábios, nervosa. — Sim. — Sua voz saiu mais fraca do que gostaria. — Acabei de chegar. O homem inclinou a cabeça, como se estudasse cada nuance dela — o tom de sua pele, o tremor quase imperceptível de seus dedos, a pulsação acelerada em sua garganta. — Este lugar... — ele murmurou — não é seguro para você. Um arrepio a percorreu. — Por quê? Ele sorriu, mas não foi um sorriso gentil. Foi um sorriso predador. Como um lobo brincando com sua presa. — Porque você é diferente — ele disse. — E coisas diferentes não sobrevivem aqui... sem proteção. Angela deu um passo para trás, mas ele avançou junto, sem tocá-la — apenas mantendo a distância mínima para que ela sentisse seu calor, seu cheiro, sua presença esmagadora. — Quem é você? — ela sussurrou. Ele hesitou por um momento, como se considerasse se devia contar a verdade. — Zane. O nome deslizou pela língua dele como uma promessa. Angela olhou para ele, sentindo a pulsação martelar em seus ouvidos. Algo dentro dela — algo antigo, esquecido — reconhecia aquele nome. Reconhecia aquele homem. Zane a observava com olhos de fera, e por um instante ela viu algo mudar neles — uma sombra de dor, talvez? De desejo? Ela não sabia. O que sabia era que sua vida acabara de mudar para sempre. E ela ainda nem fazia ideia. Ele se inclinou um pouco mais, e Angela prendeu a respiração, esperando... o quê? Um beijo? Um ataque? Mas Zane apenas inalou seu cheiro, os olhos fechando por um breve segundo, como se estivesse se alimentando dela de alguma maneira invisível. — Você ainda não sabe, pequena — murmurou contra sua pele — mas agora... você é minha. E então, tão rápido quanto apareceu, Zane se virou e desapareceu na escuridão, deixando Angela tremendo de medo... e algo mais sombrio, mais perigoso, fervendo em suas veias. Desejo. Ela caiu de joelhos na rua deserta, sem forças, tentando recuperar o fôlego. O que havia acabado de acontecer? E por que, no fundo da alma, uma parte dela gritava para segui-lo?Eles estavam unidos não apenas pelo destino, mas pela escolha. Cada um tinha seu papel único na vida da outra pessoa, e juntos formavam uma força invencível, um equilíbrio perfeito entre amor, poder e magia. Ângela nunca soubera o que era realmente o lar até encontrá-los. Não era apenas o lugar onde viviam, mas as pessoas com quem compartilhavam seus sonhos, suas lutas e suas conquistas. A noite se aproximava, e o vento trazia consigo a promessa de um novo dia. Ângela olhou para os filhos, que brincavam no campo ao longe, e sentiu uma onda de orgulho e gratidão. Eles eram a razão pela qual ela tinha lutado tanto, e ela sabia que o amor deles seria o que os guiaria em qualquer batalha, em qualquer momento de dificuldade. Com um suspiro, ela se virou para os Alfas, vendo os três com olhos cheios de amor. “Vamos continuar nossa jornada,” ela disse, a voz firme e decidida, “porque enquanto estivermos juntos, nada será impossível.” Os três se aproximaram, cercando-a com seus corpos fo
“Você sente falta de algo, não é?” Damian perguntou, com uma suavidade que contrastava com sua natureza feroz. “Está pronta para mais do que simples descanso, Ângela. Está pronta para viver o que vem em seguida.”Ela olhou para ele, sentindo os corações dos três pulsando ao mesmo tempo, como uma sinfonia perfeita, um ritmo constante que os unia. Ela sabia que estava mais do que pronta. Não apenas para o que a vida lhes traria, mas para o amor e o desejo que uniam os quatro.De forma silenciosa, ela foi atraída para eles, seus corpos se aproximando como se fossem feitos um para o outro. Zane foi o primeiro a tomar sua boca em um beijo profundo, suas mãos firmemente segurando seu rosto. O beijo foi quente, urgente, uma necessidade de se conectar fisicamente após tanto tempo de espera. Ele a beijava como se quisesse arrancar de seu peito todas as palavras não ditas, todas as preocupações que ela carregava.Theo a seguiu, seus lábios gentis, mais suaves, mas igualmente desejosos. Seus ded
Luan foi o primeiro a se aproximar, com sua postura confiante e os olhos fixos no horizonte. Ele fechou os olhos por um momento, sentindo a energia mágica pulsando dentro de si. Sua respiração se acalmou, e em seguida, ele deixou que a transformação tomasse conta. Seus ossos se esticaram e seus músculos se fortaleceram, a pele se transformando, e logo, ele estava em sua forma híbrida. Metade homem, metade lobo, com olhos dourados e uma postura imponente.Lucas, que observava atentamente, também se preparou. Ele sentiu o peso da escuridão crescer dentro dele, como uma presença familiar. As sombras ao seu redor começaram a se agitar, e em um movimento fluido, ele se envolveu com elas, permitindo que sua forma física se dissolvesse na escuridão. Por um momento, ele parecia desaparecer completamente, mas logo reapareceu em sua forma híbrida. Seus olhos eram sombrios, e sua aura de poder era palpável.Lara, por fim, respirou fundo, sabendo que seria o momento mais difícil para ela. Sua hab
Enquanto a noite avançava, Ângela foi até o quarto das crianças para verificar se estavam bem. Luan estava sentado na cama, lendo um livro sobre magia, enquanto Lucas e Lara estavam em sua própria cama, rindo e brincando com sombras que dançavam no teto, uma habilidade que Lucas havia desenvolvido recentemente.“Está tudo bem por aqui?” Ângela perguntou, sorrindo ao observar seus filhos.“Sim, mãe,” Luan respondeu com um sorriso tranquilo. “Estamos só nos preparando para o treinamento de amanhã.”“Lembre-se, Luan,” ela disse com carinho, se aproximando de sua cama, “o treinamento não é só sobre poder, mas sobre como usá-lo para proteger aqueles que você ama. Isso é o que realmente importa.”Luan assentiu, refletindo sobre suas palavras. Ele sabia que sua mãe estava certa. Embora fosse tentador se concentrar apenas em aumentar seus poderes, a verdadeira força residia na maneira como os usava para o bem dos outros."Eu vou me lembrar disso," Luan respondeu com um sorriso determinado.Os
Nos dias de treinamento, Ângela, Zane, Theo e Damian se revezam para ensinar Luan, garantindo que ele compreenda a importância de seus dons e a responsabilidade que vem com eles. Luan é curioso, determinado e, ao mesmo tempo, profundamente compassivo. Ele sente a magia fluir através de seu corpo com uma intensidade que os outros nunca haviam experimentado antes, o que às vezes o faz questionar o verdadeiro alcance de seus próprios poderes.“Você tem um dom raro, meu filho,” diz Theo, colocando uma mão protetora sobre o ombro de Luan durante uma sessão de treinamento. “Mas lembre-se, a verdadeira força não vem apenas do poder. Vem do equilíbrio dentro de você, do controle das suas emoções e da sua conexão com o mundo ao seu redor.”Luan, com seus olhos azuis como o céu, encara o horizonte, absorvendo cada palavra. Ele tem se tornado mais maduro a cada dia, aprendendo com os erros, absorvendo os conselhos dos três Alfas, e descobrindo o significado da verdadeira força, que vai além da h
Chegada dos GêmeosFinalmente, o dia chegou. A gravidez de gêmeos de Ângela estava chegando ao fim, e ela sentia a pressão da iminente chegada dos bebês. Zane, Theo e Damian estavam ao seu lado, mais ansiosos do que nunca. Luan, com seus olhos brilhando de excitação, não parava de perguntar quando seus irmãos chegariam. Ele já tinha aprendido o que significava ser um grande irmão e não podia esperar para conhecer os gêmeos.Naquela manhã, o sol se erguia preguiçosamente no horizonte, e a casa parecia respirar ao ritmo da vida nova que estava prestes a entrar. Ângela estava deitada na cama, respirando profundamente enquanto seus três Alfas a cercavam, oferecendo conforto e força. A magia que ela sentia em seu interior estava em sua plenitude, e cada contração era um lembrete de que a família deles estava prestes a se expandir de maneira ainda mais grandiosa.“Estamos todos aqui, Ângela”, disse Zane, tocando suavemente a mão dela. “Você não está sozinha. Vamos passar por isso juntos.”T
Último capítulo