O silêncio antes da verdade é sempre o mais pesado. No instante em que Eduardo fecha a porta do escritório de Marta, o ar parece mudar de densidade. Ele encara os rostos que se viram em sua direção, Darlene, Miguel, Ravi, todos atentos, sérios, quase duros. O clima de tensão não é mais só sobre um menino desaparecido. É sobre um sistema escondido sob a pele da cidade. Um sistema que respira, se move... e lucra.
— Precisamos agir agora — Eduardo diz, direto, sua voz firme cortando o silêncio. — E precisamos que todos estejam por dentro. Inclusive vocês.
Ele olha para a porta no instante em que ela se abre. Seu Heitor entra com a tranquilidade de quem já viu muita coisa na vida. Dona Maria vem logo atrás, um sorriso tímido, tentando esconder a ansiedade, mas os olhos atentos como os de uma águia.
— Pode falar, filho — diz ela, sentando-se ao lado do marido.
— Se é coisa séria, a gente quer saber.
E Eduardo conta.
Sem floreios. Sem suavizar. Ele revela o que descobriram até ali, a suspe