O choro frágil de Lua preenche o quarto silencioso, como uma música feita só para Marta, que a segura nos braços com um espanto doce e irreversível. O mundo lá fora parece ter desaparecido, engolido pelo milagre quente e leve daquela pele tão pequena, daquele olhar ainda perdido, mas que já é o centro de tudo. Marta respira fundo, os olhos marejados, o coração aos tropeços, como se só agora tivesse entendido de verdade o que significa estar viva.
Jonathan está ali, ao lado da cama, a mão grande e firme acariciando o pezinho minúsculo da filha com uma delicadeza que ninguém nunca imaginaria que ele tivesse. Ele não consegue dizer nada, mas o sorriso aberto, molhado de lágrimas, diz tudo. Marta o olha e sente que, pela primeira vez, eles não precisam falar, são três agora, e isso basta.
— Ela é perfeita… — Marta sussurra, o rosto colado à cabeça de Lua, sentindo o cheiro adocicado, puro, da filha.
— Como você. — Jonathan responde, com a voz embargada, e segura o rosto de Marta com cuida