Eduardo chega ao sítio já com a tensão martelando em seu peito. Estaciona devagar, respira fundo e segue direto para o casarão principal, onde sabe que Ravi e Jonathan o esperam. A madrugada ainda dança em sua mente, os olhos de Darlene, o gosto dela, a entrega intensa… e o malldito cartão que ainda arde como brasa no bolso da calça.
Ele entra sem bater. Os dois já estão no escritório de Marta, trancados, como haviam combinado.
— Precisamos conversar agora — diz Eduardo, a voz firme, mas carregada de algo que Ravi percebe de imediato, a inquietação.
Jonathan levanta os olhos, alerta.
Ravi fecha a porta sem dizer nada. Jonathan apenas observa, os olhos atentos, o maxilar travado. Eduardo tira do bolso o cartão, coloca sobre a mesa com cuidado, como se o simples toque pudesse sujá-lo.
— Esse homem me abordou na boate. Disse que consegue qualquer bebê por encomenda. Não mediu palavras. Entrega perfis como se fossem mercadorias: loiro, negro, asiático… homem, mulher… tudo o que você quis