Guilherme
Ela saiu do corredor sem olhar para trás, os saltos ecoando contra o chão de metal, os cabelos balançando, a tatuagem na nuca exposta como um desafio silencioso. Eu fiquei parado, o peito subindo e descendo, o membro ainda latejando, os músculos das coxas tremendo com o prazer interrompido.
Ela me deixou no limite.
Me quebrou.
Me humilhou.
E eu deixei.
Fechei os punhos, os dedos se cravando na palma da mão, os dentes trincando, a respiração saindo em arfadas irregulares. Meu corpo inteiro tremia, o calor subindo pelo pescoço, queimando minha pele, meu orgulho, minha sanidade.
Ela me desafiou.
Me dominou.
E saiu andando como se eu fosse só mais um homem qualquer.
Eu queria correr atrás dela. Queria agarrá-la pelos cabelos, jogá-la contra a parede, fazê-la implorar, chorar, quebrar. Queria lembrar a ela que, apesar do que pensava, ela ainda era minha.
Mas, no fundo, eu sabia.
Algo tinha mudado.
Ela tinha sentido o gosto do poder.
E isso era perigoso.
***
Saí do corredor