Guilherme
Nos três dias seguintes, eu movimentei mais peças do que em um mês inteiro. Capangas foram realocados, esquemas de segurança revistos, câmeras trocadas, convites distribuídos com discrição.
Enquanto isso, Anya continuava aparecendo na boate. Sempre à noite. Sempre cercada de mistério.
Mas nunca sozinha.
Tinha um cara com ela agora. Moreno, alto, cicatriz no pescoço. Estrangeiro também. Era guarda-costas, ou amante. Talvez os dois. Mas era um detalhe. E eu ia desmontar ela peça por peça até descobrir onde doía mais.
Na véspera da festa, recebi a confirmação: Anya aceitou o convite.
E no dia seguinte, pouco depois da meia-noite, ela apareceu.
Vestida de vermelho, como se quisesse ser vista.
Andou como se fosse dona do lugar.
Mas aquela era minha casa.
E ninguém entra na minha casa e sai sem pagar o preço.
No camarote, ofereci bebida. Sorrimos. Conversamos como se fôssemos velhos conhecidos. Mas cada palavra era uma lâmina disfarçada.
— Gostou da festa? — perguntei, com um copo