Guilherme
Quando vi o nome do JP piscando na tela do celular, eu já sabia que vinha merda. Ele não me ligava por qualquer coisa. Muito menos depois de eu ter deixado claro que a paciência tava no fim.
— Fala — atendi, a voz seca.
Do outro lado, silêncio por dois segundos. E quando ele falou, já veio cuspindo gasolina.
— A garçonete tava mesmo envolvida. E tem mais: apareceu uma loira aqui agora há pouco, falando com ela. Russa. Marca da Bratva na clavícula.
Meu maxilar travou.
— Você tem certeza?
— Eu vi a marca. A postura dela. Aquela mulher não tá jogando com a gente, Guilherme. Tá jogando contra a gente. E ela já veio com recado.
— Qual recado?
— Que a próxima carga não vai ser tão sutil.
A resposta dele foi como um tiro de alerta no escuro. A guerra que eu vinha farejando há semanas finalmente tinha mostrado os dentes.
— Segura tudo aí. Ninguém entra, ninguém sai. Vou resolver isso agora.
Desliguei.
Fiquei em silêncio por alguns segundos, com o celular ainda na mão, olhando pro va