Capítulo Quarenta e Dois

Jp

Depois que Guilherme saiu, o silêncio na sala ficou mais pesado que a porra do teto de concreto. Eu e João não dissemos nada por uns bons minutos. O ar parecia denso demais pra respirar, e o gosto de sangue ainda grudava no céu da minha boca. Era como se cada palavra que a gente deixasse escapar pudesse ser a última.

— Ele vai matar o Cássio — murmurei.

João não respondeu. Só passou a mão no rosto, os olhos cheios de culpa. Mas a essa altura, culpa era um luxo que a gente não podia mais carregar. Tava todo mundo afundando. E se a gente não começasse a nadar logo, Guilherme ia nos afogar com as próprias mãos.

— A gente precisa se antecipar. Descobrir o que mais tá vazando. Porque eu duvido que o Cássio tava fazendo isso sozinho — falei.

— Já pensei nisso. E tem uma coisa... — João hesitou. — Eu vi a Larissa com ele outro dia. Atrás do bar. Tavam falando baixo, olhando pros lados.

— Larissa?

— A garçonete nova.

Fechei os olhos por um segundo. Merda.

Larissa era discreta demais pro go
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