Introdução enigmática:

Antes de iniciar a leitura, decifre:

Foi escrita sem nome, mas canta memórias.

Entre notas e silêncio, há um véu ou uma história?

Ana escutou… e você? O que teria ouvido?

A resposta talvez more nas entrelinhas dessa história...

Naquela noite, Leonardo não conseguiu dormir.

As palavras de Ana ecoavam como notas soltas em sua mente: “Talvez agora eu possa preencher esse espaço.”

Ele sabia que, mesmo tendo perdido o tempo da infância ao lado da irmã, havia algo ainda possível: o tempo do agora.

Sentado na varanda, guitarra no colo, dedos soltos nas cordas, ele começou a dedilhar uma melodia que não conhecia. Era suave, com pausas largas. Cada nota parecia chamar uma memória, como se sua alma, finalmente, tivesse encontrado uma língua para falar do que doía e do que nascia.

Clarice apareceu com duas xícaras de chá. Sentou-se ao lado dele sem dizer nada. Às vezes, o silêncio dela era o que mais dizia.

— Essa música tem nome? — ela perguntou, depois de um tempo.

— Ain