Leonardo seguiu em frente, com a cidade ao seu redor parecendo um cenário desfocado. As pessoas iam e vinham, mas ele estava distante de tudo aquilo. O vento, frio e cortante, invadia sua mente, puxando-o para dentro de si. Não era o vento que o incomodava, mas a sensação de estar preso, sem saber para onde ir. Os pensamentos, antes claros, estavam agora emaranhados, como se tivesse perdido a chave para entender seu próprio coração.Era como se o mundo ao redor tivesse parado de fazer sentido. As ruas apinhadas de carros e pessoas continuavam, mas ele não conseguia mais enxergá-las como antes. Tudo parecia um reflexo distorcido, um borrão de cores e sons. O que restava de seu mundo, de sua certeza, parecia escapar pelas frestas do tempo.Então, ouviu o som das portas do café se abrindo, e seu olhar se direcionou automaticamente. Lorena estava ali, destacando-se no meio da confusão da cidade. Seus olhos, sempre tão serenos, refletiam uma calma que contrastava com a tormenta interna que
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