Um mês.
Trinta dias desde o beijo na festa.
Desde que Alec decidiu me deixar ir — e eu deixei.
É engraçado como o silêncio pode ser tão barulhento.
O dele grita em cada corredor, em cada olhar que não me encontra.
E o meu... o meu ecoa de volta, tentando fingir que não sente falta.
Desde então, a escola virou um campo minado.
Eu evitava o mesmo horário de saída, os mesmos caminhos.
Ele também.
E assim, dois fantasmas seguiram fingindo que estavam vivos.
Karen, claro, não perdeu tempo.
Ela parecia gostar de me lembrar, todos os dias, de que Alec ainda existia — só não pra mim.
— Anne, adorei o seu cabelo — disse ela certa manhã, com um sorriso falso. — Quase igual ao da garota que o Alec curtiu no post ontem.
Juju precisou me segurar.
— Não vale a pena, — sussurrou.
Mas era difícil não reagir. Karen sempre encontrava uma forma de cutucar o que ainda doía.
E Alec?
Ele simplesmente ficava ali, parado, calado.
Nem revidava, nem defendia, nem negava.
Talvez fosse isso o que mais machucava