Dizem que o coração aprende a se proteger depois da primeira vez que quebra.
Mas o meu… claramente não aprendeu nada.
Fazia uma semana desde que o Alec tinha voltado a ser aquele mistério irritante de sempre.
Mensagens curtas, olhares rápidos, e uma distância que eu não entendia.
Talvez o mais cruel fosse o silêncio — o tipo que pesa, mesmo sem som.
Era semana de folga na escola.
Todo mundo via aquilo como férias.
Eu via como tempo demais pra pensar no que eu queria esquecer.
Bia e Juju foram as primeiras a notar.
Na terça, me arrastaram pra cafeteria com a sutileza de um sequestro.
— Ok, — começou Bia, assim que sentei. — Atualiza a gente: Alec sumiu de novo?
— Ele não sumiu. Só... virou fumaça social.
Juju tomou um gole do milkshake e balançou a cabeça. — Tradução: sumiu.
— Não é como se eu ligasse, — menti, mexendo no canudo.
As duas riram juntas, em perfeita sincronia.
— Ai, amiga, — disse Juju, — se “não ligar” tivesse som, seria exatamente esse suspiro seu agora.
Revirei os olho