O elevador parecia demorar séculos para chegar ao térreo. Ian estava com os ombros pesados, a mente ainda ecoando as palavras do avô e o gosto amargo da empresa. Mas nada pesava tanto quanto a mensagem curta que acabara de receber no celular:
“Venha agora.”
Ele não tinha mais paciência para enigmas. As pernas avançavam rápidas pelo saguão da torre Moretti, ignorando cumprimentos, olhares curiosos, até mesmo os seguranças que abriram caminho assustados com o semblante duro dele.
O motorista já esperava. Ian entrou no carro e, durante o trajeto até o hospital, não conseguiu parar de bater os dedos contra a perna. Cada farol parecia zombar da urgência.
A lembrança da mensagem martelava sem parar: venha agora.
Mas por quê? Algum bom aconteceu? A situação piorou?
Quando o carro parou, Ian saltou antes mesmo de o motorista abrir a porta. Seguiu apressado pelos corredores brancos, o coração batendo tão forte que parecia ecoar nos ouvidos.
Ian atravessou os corredores como se cada passo fosse