O relógio antigo do estúdio batia as horas como marteladas. Clara andava de um lado para o outro, inquieta, os saltos ecoando no chão de madeira. A cada volta, mordia o lábio até quase sangrar. Benjamin permanecia encostado na escrivaninha, braços cruzados, mas o olhar dizia tudo: um animal enjaulado, raivoso, prestes a atacar.
— Ela não vai durar muito aqui. — Clara disse, venenosa, estreitando os olhos com um ódio letal. — É uma estranha tentando se enfiar onde não pertence. A cada passo, ela mostra fraqueza. O dossiê foi só o começo.
Benjamin apertou os punhos, os olhos escuros de rancor.
— O dossiê foi suficiente para plantar a semente da dúvida. Agora é só questão de tempo até Nicolau perceber que Ian está destruindo o próprio futuro por causa daquela mulher e não vai permitir que ele faça o mesmo com sua herança.
Clara riu baixo, cruel.
— Ian sempre foi cego quando se trata de mulheres. E ela… — fez uma pausa, os lábios arqueados em escárnio. — É a maior fraqueza que já vi.
Ant