Olívia estava sentada no tapete do quarto, as pernas cruzadas, uma pilha de roupas limpas ao lado, dobrando uma das camisetas preferidas de Leo.
Dobrar cada camiseta dele, cada calça minúscula, era seu jeito de manter a cabeça ocupada ou de fingir que estava.
O tecido macio ainda guardava o cheiro suave do amaciante, um cheiro que ela associava aa segurança.
Cada dobra era precisa, como se colocar ordem nas roupas fosse também uma forma de colocar ordem na própria cabeça.
Não funcionava.
Foi quando ouviu o som seco da porta sendo aberta sem qualquer batida, fazendo seu corpo travar. Não precisou olhar para saber quem era.
O ar pareceu mudar. Ficou mais denso.
Ian entrou sem bater. Sem pedir licença. Sem sorrir. Alto, imponente, a sombra dele se alongava pelo chão até tocar a ponta dos pés dela.
Não disse nada. Apenas fechou a porta atrás de si com um clique suave… e definitivo.
A tensão parecia grudada nele como uma segunda pele. E o silencio que se seguiu não era de paz ou de vazio,