O corredor do hospital pareceu esvaziar depois que Rafael sumiu de vista, deixando para trás apenas o eco da tensão que ele trouxera. Carla respirou fundo, tentando recuperar o controle sobre seus nervos vibrantes. A intervenção de Matheus foi uma ação de força pura, mas trouxe consigo um novo tipo de desorientação.
Ela se virou para ir embora, para encontrar Olívia, para fugir daquele corredor e de tudo que ele representava, mas os passos pesados de Matheus a alcançaram antes que pudesse dar dois metros.
— Quem é ele?
A pergunta veio de cima, uma batida baixa e carregada de um ciúme que ele nem tentou disfarçar. A possessividade no ar era tão densa que podia ser cortada com uma faca.
Carla parou, mas não se virou. A raiva, sempre à flor da pele quando ele estava perto, acendeu como um pavio curto.
— Não é ninguém — ela respondeu, a voz gelada. — Assim como você.
Ela continuou a andar, tentando ignorar o tremor que percorria suas pernas. A rejeição era uma faca, e ela a usou com prec