O silêncio na sala de armazenamento era agora carregado de um eco diferente. O som da respiração ofegante dos dois se acalmou, substituído por uma quietude densa, preenchida pelo calor dos corpos ainda entrelaçados e pelo cheiro do sexo no ar abafado.
Matheus estava recostado na parede, com Carla entre seus braços, o rosto dele enterrado na curva de seu ombro e pescoço. Seus lábios, agora macios, traçavam padrões aleatórios em sua pele, beijando cada centímetro que podiam alcançar. Um arrepio percorreu a espinha de Carla, seguido por um riso baixo e involuntário que escapou de seus lábios. Era um som leve, quase deslocado naquele mar de intensidade recente.
— Para — ela murmurou, sem força real na voz, sua cabeça recostada no peito dele.
Ele não parou. Apenas sussurrou contra sua pele:
— Nunca.
O riso dela morreu. A realidade, com todas as suas perguntas incômodas, começou a infiltrar-se novamente na névoa quente do desejo. Ela deixou o pensamento escapar antes que pudesse detê-lo.
—