A rua estreita parecia sugar toda a luz do dia, engolindo-a em suas sombras úmidas. O prédio de três andares se erguia como um cadáver arquitetônico, sua fachada descascada testemunhando décadas de abandono.
Ian estacionou o carro a uma quadra de distância, seguindo a recomendação cautelar de Matheus.
— É aqui — Matheus confirmou, sua voz um sussurro tenso enquanto escaneava as janelas escuras. — Apartamento 301, segundo a Valentina.
Olívia sentiu as pernas amolecerem.
Não.
Não podia ser.
Seus olhos percorreram cada detalhe da fachada decadente - a janela do segundo andar com o vidro trincado, a porta de entrada desengonçada, até mesmo o poste de luz inclinado na calçada. Tudo horrivelmente familiar.
— Olivia? — Ian tocou seu braço suavemente. — O que foi? Você está pálida.
Ela engoliu seco, as palavras saindo entrecortadas:
— Eu... morei aqui. Neste prédio. No apartamento 301.
Matheus virou-se rapidamente, seus olhos profissionais agora cheios de surpresa.
— Tem certeza? — ele pergun