Seis anos atrás (conclusão)
A luz do amanhecer filtrou-se pelas frestas das persianas, pintando listras pálidas sobre os corpos entrelaçados. Ian despertou primeiro, a cabeça latejante da ressaca moral e física. Por um momento, ficou desorientado, até que a memória da noite anterior voltou em flashes sensoriais: o sabor da pele dela, o som de seus gemidos, a desesperança compartilhada que os unira.
Ele se apoiou no cotovelo, observando Olívia dormir. Na luz suave da manhã, ela parecia mais jovem, vulnerável. Seus cabelos castanhos espalhavam-se sobre o travesseiro como asas de corvo, e sua respiração era um ritmo suave e profundo. Seus olhos percorreram as curvas de seu corpo até pousarem numa pequena tatuagem de borboleta azul, delicada e inesperada, abaixo do ombro esquerdo. O inseto parecia prestes a levantar voo, eternamente preso àquela pele macia.
Algo apertou em seu peito; uma mistura de ternura e remorso. Ele queria gravar aquela imagem na memória: a mulher que, por algumas ho