O hospital nunca fora tão silencioso.
Nem mesmo durante as madrugadas frias, quando os corredores pareciam túneis de luz branca e ar reciclado.
Agora, o silêncio era diferente.
Era o tipo que nasce depois de uma explosão, o eco do que quase foi destruído.
Olívia estava sentada ao lado da cama, o corpo imóvel, os dedos entrelaçados aos de Ian.
A pele dele estava fria sob a dela, mas viva.
Viva.
Essa palavra soava como milagre e maldição ao mesmo tempo.
O cheiro de queimado ainda impregnava suas roupas.
O cabelo dela estava endurecido pelo sal e pela fuligem.
Mas nada disso importava, não enquanto o monitor cardíaco à sua frente continuasse a piscar em intervalos regulares.
Um bipe.
Outro.
Mais um.
— Você é teimoso demais pra morrer, Moretti — ela sussurrou, com um sorriso cansado, a voz rouca de tanto chorar. — Mesmo quando o mundo desaba em volta de você, você... simplesmente não cai.
As lembranças vinham em flashes desordenados: o fogo, o rosto dele coberto de sangue, o impacto do de