Nicolau entrou no escritório sem dizer uma palavra. Olivia o seguiu, estava seguindo em frente para onde só Deus sabe.
A porta se fechou com um estalo seco atrás dela. Ela ficou de pé. Nicolau também. Nenhum dos dois se moveu.
O escritório era grande, arejado e meticulosamente organizado. Estantes com livros impecáveis, troféus discretos de uma vida bem-sucedida. Um cofre no canto. Um relógio antigo que fazia mais barulho do que devia.
Mas o que mais pesava era o silêncio. O tipo de silêncio que afoga.
Nicolau não ofereceu cadeira. Não perguntou se ela queria água, ou café. Foi até o bar ao lado da estante, serviu whisky só para si, girou o líquido no copo e voltou a observá-la. Como se estivesse avaliando uma peça de arte... ou um réu no tribunal.
— Palavras não resolvem muitas coisas, mas precisamos conversar. Sente-se, se quiser. — disse, por fim, sem realmente dar a opção.
Ela não se sentou. Ficou ali, em pé em sua dor.
— Você não parece surpresa com o convite. — ele continuou, a