O silêncio no portão que se seguiu à chegada de Ian era quase palpável. Sufocante.
O vento do fim de tarde atravessava o portão, arrastando consigo as folhas secas, mas nenhum dos três ousava se mover.
Olivia ainda sentia o braço formigar onde Benjamin a segurara. Ele ainda estava perto demais de Olívia, o perfume nauseante a essa altura. O rosto dele estava a pouco centímetros, carregado de cinismo quando a voz de Ian cortou o ar como uma lâmina.
Ian, parado alguns passos atrás, parecia uma muralha prestes a ruir em raiva.
E ela, no meio, com o coração disparado, sentia-se uma corda esticada demais, prestes a arrebentar.
— O que está acontecendo aqui? — repetiu Ian, a voz grave, carregada, os olhos negros fixos no ponto onde Benjamin segurava o braço de Olívia segundos antes.
Benjamin recuou um passo, não por medo, mas como quem dá espaço para a cena de desenrolar e sorriu. Não um sorriso aberto, mas aquele lento arquejo de canto de boca que Olívia conhecia bem: o prenúncio da