POV: Dante
Ela disse que me ligaria depois da prova.
Era o combinado. Eu até brinquei que queria ser o primeiro a ouvir ela gritar “fui muito bem”. Mas o tempo passou, e nada.
Primeiro foi uma hora. Depois duas. Mandei mensagem. Esperei. Liguei. Caixa postal direto.
A inquietação começou como um nó no estômago, apertando aos poucos, até virar uma dor afiada no peito. Helena não era do tipo que sumia. Ainda mais agora, com um bebê crescendo dentro dela.
Saí da boate sem dizer nada a ninguém, direto pro carro. Liguei o motor com força e dirigi até a faculdade de Direito. O estacionamento estava quase vazio quando estacionei. Desci do carro como um animal em alerta, olhando em todas as direções.
Foi quando vi uma moça recolhendo folhetos na entrada.
— Com licença — chamei, a voz mais áspera do que queria. — Você viu uma loira, magra, de olhos claros, saindo da prova hoje? Helena Damasceno?
Ela me olhou, hesitante.
— A maioria saiu por volta das três… Por quê? Aconteceu alguma coisa?
— To