POV: Helena
O sol da tarde estava baixo, pintando o campus da faculdade com tons alaranjados, mas tudo que eu sentia era um frio crescente no estômago. Minhas costas doíam, a cabeça latejava, e as palavras de Mel ainda me corroíam por dentro.
A forma como ela se aproximou de mim na boate, os sussurros venenosos dizendo que Dante e ela eram feitos um para o outro… Aquilo grudou em mim como ferrugem. Mas eu não ia ceder. Não mais.
Saí da aula determinada a focar no que importava: terminar as provas, cuidar do bebê e tentar, de alguma forma, sobreviver à tormenta que era amar um homem como Dante Bellini.
Mas então eu vi.
Encostado em um dos postes próximos ao estacionamento, com o blazer amarrotado e um olhar que oscilava entre culpa e obsessão, Arthur me esperava. O coração pulou no peito, um instinto antigo de alerta.
Tentei ignorar. Tentei passar direto. Mas ele se adiantou.
— Helena, espera — a voz dele soou urgente. — Eu só quero conversar.
— Já conversamos o suficiente — rebati, a