A boate Verona pulsava como um organismo vivo. Cada batida da música reverberava dentro do meu peito como se o lugar respirasse junto com a gente. Luzes vermelhas cruzavam o salão, refletindo nos espelhos, no suor dos corpos apertados na pista, nas taças erguidas e nas máscaras que todos usavam ali — inclusive eu.
Mas, apesar de todo o caos ao meu redor, eu só conseguia prestar atenção na mão firme de Dante repousando na minha cintura. Seus dedos estavam ali como uma promessa muda. De proteção. De posse. De desejo.
Desde que ele bateu na porta do meu apartamento e eu abri, com o coração disparado e os olhos marejados, era como se estivéssemos num daqueles filmes antigos. Onde o mocinho aparecia no último segundo e pedia perdão com os olhos. Só que Dante não era mocinho. E essa não era uma história comum.
Mas eu disse sim mesmo assim.
Disse sim com o corpo, com os beijos desesperados, com os gemidos abafados naquela madrugada em que nossos corpos se procuraram até o sol nascer. E agora