Angelina Ribeiro
Preferi deixar o assunto de lado. A curiosidade era grande, mas Diogo não me devia explicações desse tipo. E Ana Júlia? Pedi para ela se acalmar. No fundo, porém, torcia por ambos. Diogo é um homem bom, maravilhoso, e comigo não devia nada; na verdade, era justamente ao contrário.
Tomei café da manhã com os meus filhos, os três. Ele estava no escritório e, de lá, parecia não sair, talvez por trabalho, ou por vergonha.
A manhã passou tranquila, até que os meninos decidiram sair para o campo do condomínio jogar bola. Resolvi ir até o escritório e bati na porta.
- Diogo, estamos indo levar os meninos no campo.
Ele abriu a porta. Entrei, notando-o fitando a janela, o notebook aberto, uma tabela à mostra.
- Está chateada? - perguntou, com a voz baixa.
Sentei-me no sofá, observando-o.
- Ao menos é recíproco? - arrisquei, desviando o olhar.
Ele sorriu lentamente, mãos nos bolsos.
- Não perguntou a ela?
Neguei com a cabeça, evitando tocar no assunto. Queria que ela se sentiss