Angelina Ribeiro
No fundo, ele não me devia explicações. Se quisesse contar, eu ouviria. Mas eu tinha certeza: ele ia atrás de mulher. Fiquei curiosa pela fofoca, mas os dois pareciam não se suportar.
Eu estava feliz por vê-la bem, diferente da última vez, quando a encontrei em prantos. O dia amanhecia, e eu dormia quando Atlas veio até minha cama. O abracei e dormimos agarradinhos, tão gostoso.
- Mamãe, cadê o papai? - murmurou ele.
Chamei Adson, que apareceu sonolento na porta do quarto. Abracei os dois e voltamos a dormir, todos juntos, deliciosamente. Era domingo de manhã, Dia das Mães.
A campainha tocou. Revirei-me na cama, me sentindo uma gata parida com os filhos agarrados, e me arrastei até a porta. Passei pelo quarto de Diogo, mas não havia sinal dele. Julia também não estava; ela ia dormir comigo. Olhei pela câmera e vi uma moça com uma cesta.
Sorri fraco, abri o portão e a recebi.
- Feliz Dia das Mães, senhora, aproveite o seu dia. - disse ela, sorrindo.
- Obrigada. Quem en