Angelina Garcia
Passei a noite revirando na cama, com um monte de roupas para lavar. Mas não foi isso que me tirou o sono.
Levantei-me da cama com um suspiro, vestindo minha camisola verde de cetim, a sensação suave do tecido tocando minha pele não trouxe a mínima paz. Meu corpo estava pesado, cansado, mas minha mente não conseguia parar de girar. Caminhei até a área de serviço, com as luzes da casa ainda apagadas, apenas o som do gotejar da torneira me acompanhando. A água que corria na bacia parecia uma metáfora para o turbilhão dentro de mim: limpa, mas constantemente agitada.
Coloquei o sabão em pó na água e comecei a dissolvê-lo com as mãos. Era um movimento mecânico, mas cada gesto parecia ser acompanhado de uma pressão interna, como se eu estivesse tentando limpar algo na minha mente. Mas a cada segundo, era impossível não lembrar do que havia acontecido. A sensação de pegar algo duro, tão rígido, vinha à minha mente a todo momento, além do desejo insano de ver mais daquilo.
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