Saulo Prado
O ponteiro do relógio marcava 12:20, quando as batidas na porta me fizeram olhar para aquela madeira densa, franzi o cenho um pouco chateado. — Entre! — Levantei em seguida, indo em direção a porta, e pela falta de ação do outro lado, movi a maçaneta girando-a.
Vendo Angelina do outro lado, de pé, com a mão suspensa, o olhar verde tão escuro, parecia tenso. — Não pedi para fechar a porta, pedi que não permitisse a entrada de qualquer um. — Assentiu, recuando a mão para trás. — Horário de almoço, senhor, posso sair para almoçar? — Assenti, lhe vendo me dar as costas em seguida, a segurei pelo pulso, vendo-a girar no salto vermelho me olhando. — Deseja algo senhor?
Percorri os olhos por seu rosto, queria muito dela, porém me vi insatisfeito com as possibilidades do que poderia me dar.
De alguma maneira eu sabia o que acontecia em seus pensamentos. — Posso ser um Prado, mas não sou como eles. Não adianta permitir que qualquer tipo de mulheres entrem naquela sala, enquanto eu