Angelina Garcia
Saulo foi embora.
Samara puxou Raul para dentro entre empurrões e xingamentos, o tipo de confusão que, infelizmente, já era comum entre nós.
E eu…
Eu fiquei ali, parada, respirando a vergonha do que tinha sido tudo aquilo. A briga, os olhares dos vizinhos, os celulares gravando, minha filha presenciando tudo.
— Mãe, o que aconteceu? Por que o pai tava brigando com o Saulo? — Ana Júlia correu atrás de mim, mas eu entrei em casa sem responder.
— Será que ele achou que o doutor Saulo é meu namorado? — ela insistiu.
Virei no salto, surpresa com a pergunta. Ri fraco, sem saber como explicar.
— Não, Júlia… o Saulo só me trouxe até em casa. Foi só isso.
— Você acha que ele tem interesse em mim?
Franzi o cenho.
— Não, meu amor. O doutor Saulo é meu chefe.
Ela se aproximou, afastando os fios de cabelo que tinham escapado do coque.
— Nossa, mãe… o papai só te desgasta. Olha o seu estado. Você nem parece a secretária de um lugar como o Prado.
Sorri fraco, tirando a mão dela do me