Partido perfeito

Saulo Prado

Havia um certo alívio em colocar pra fora.

Dizer o que eu sentia. Assumir, sem jogos, que eu a queria. Que eu a quero. Que não se tratava mais de uma brincadeira, de uma transa boa ou de uma distração temporária.

Beijá-la ali, naquele fim de tarde com gosto de recomeço, foi mais do que desejo. Foi escolha.

Mas eu não a levei pra chácara. Nem pra cama. Não dessa vez.

Depois do beijo, entramos no carro.

Ela estava quieta, nervosa.

Tão nervosa que tentou encaixar o cinto de segurança três vezes, errando o fecho como se aquilo importasse. Isso me fez rir.

Porque ela nunca esqueceu o cinto de segurança. Nem uma vez.

Olhei pra ela, e ri. Um riso solto, quase cúmplice. Ela me lançou aquele olhar de canto, como se tentasse disfarçar o constrangimento, mas não me encarava. Preferia encarar a rua, o nada, qualquer coisa, menos eu.

E mesmo assim… mesmo com a resistência, o medo, a culpa... eu a queria. Minha.

— Quanto tempo eu vou precisar esperar? — perguntei, com a voz baixa, ma
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