Já entendi.
Angelina Da Costa
Era apenas uma semana.
Sete dias de um namoro que, se eu fosse outra pessoa olhando de fora, talvez já tivesse condenado. Uma semana de descobertas, de concessões, de silêncios preenchidos por mãos que se buscavam, mas também de olhares que evitavam espelhos. Porque olhar no espelho de verdade seria encarar a estranha que eu começava a me tornar.
Nessa semana, eu me permiti o que antes condenava.
Ri de piadas que, se viessem de outra boca, teriam soado invasivas.
Dormi abraçada a um homem que jamais imaginei envolver meu corpo, muito menos minha alma.
E silenciei meus próprios julgamentos, porque, no fundo, eu sabia, se fosse com outra pessoa, uma amiga, uma colega, uma conhecida, eu seria a primeira a criticar, condenar, julgar.
"Se envolver com o chefe?" "Mais novo?" "Mais rico?""Ele tem idade para ser filho dela"
Que tipo de mulher você acha que é, Angelina?
A resposta doeria mais do que qualquer acusação externa.
Eu sou a mulher que queimou a língua. Que esq