Saulo Prado
Continuei encarando Angelina, esperando... esperando alguma explicação que não vinha.
O silêncio dela pesava mais do que qualquer grito. Era um silêncio que gritava tudo, menos o que eu precisava escutar.
Ela suspirou fundo, como quem segura o mundo dentro do peito.
- Eu não sou uma adolescente que pode mudar da noite para o dia, nem pra me agradar, nem pra te agradar.
Se te fiz pensar isso, sinto muito. - Disse com aquela firmeza que só ela tinha.
Aquela segurança irritante que me atraía e me fazia perder a razão ao mesmo tempo.
Eu a segurei pelo braço antes que ela escapasse, porque ela era a primeira que tentava escapar, que sempre queria fugir, quando eu mais queria ela, ela sempre estava fugindo, escapando.
Eu sentia, com cada porra de célula no meu corpo, que ela queria encerrar aquilo.
E por mais puto que eu estivesse, mais ferido do que queria admitir... eu não queria terminar.
- Eu nunca te pedi isso, Angelina. Nunca pedi pra você mudar por minha causa. Mas