Saulo Prado
Recolhi todos os casos, pastas, papéis e arquivos que a Francesca jogou na minha mão. Nem disfarçou o tom seco, parecia se livrar de um fardo. Ainda estava na sala quando Angelina mandou uma mensagem perguntando pelo endereço do tal Valter. Não duvidava que tivesse conseguido alguma coisa. Aquela mulher tinha faro.
Estudei o caso até tarde, mas já nem deixava mais o aplicativo da Francesca aberto. Aquilo me dava nos nervos. Era madrugada quando me joguei na cama. Me sentia um morcego preso nos próprios pensamentos. Mandei uma mensagem pro Rafa.
Conversamos pouco no sábado. Ele disse que estava de férias da faculdade.
Pensei em puxá-lo pra perto, dividir esse caos... e manter Angelina longe da Francesca. Não queria mais as duas cruzando caminhos.
Quando acordei, o sol já batia alto. Mais um dia. Intenso, sufocado de tarefas e decisões.
Peguei o celular.
"Recusei a chamada da sua Lina. Não irei mais perturbá-la. Satisfeito?"
Francesca. Sempre ácida. Mas aquilo me corroeu. E