Saulo Prado
Saí do banho e a encontrei sentada na beira da cama. Ombros caídos, a calça larga, aquela blusa masculina verde que engolia o corpo pequeno. O olhar perdido, preocupado.
- Saulo, é sério, eu não sabia que isso poderia te prejudicar. - disse assim que me notou parado na porta.
- Imaginei. - respondi frio, caminhando até o closet. - Se você atuar na comarca em que eu sou juiz, posso ser suspenso.
Ela levantou, me seguindo de perto, como sempre.
- Droga... que chato isso. Justamente quando eu achava que teria vantagem. Por que eles sempre dificultam a minha vida? - reclamou, como se fosse vítima de uma conspiração pessoal.
Peguei uma bermuda folgada da gaveta, lhe lançando um olhar de lado. Ela realmente acreditava que o mundo girava em torno dela.
- Pensei que você estivesse avançando nos estudos. Nada ainda? - perguntei, mesmo sabendo a resposta.
Francesca negou devagar. Eu já desconfiava que Direito não era a área dela. Nunca foi. Entrou nesse jogo só para competir com Déb