Saulo Prado
Aguardei a dona Laura por algum tempo, mas não havia almoçado, nem lanchado pela manhã. Já passava do meio da tarde, e nada dela. Afastei-me para fazer um lanche, mantendo os olhos atentos à entrada e saída da academia.
O garoto havia chegado com a tal Carlina. Eu não podia negar: ele seria exatamente o tipo perfeito para meu filho. Um moleque esperto, determinado... não seria moleza. Tive certeza de que a mãe dele teria crises de ciúmes, como a minha tinha.
Enquanto caminhava, percebi que dona Laura não só estava conhecendo o lugar, como parecia decidida a treinar. Entrei na farmácia próxima e peguei alguns itens básicos para mim: desodorante, sabonete líquido, pasta de dente, fio dental, shampoo... nada demais, só o essencial.
Quando saí, a vi ali, parada, olhando em volta próximo ao carro. Sorri de leve, negando com a cabeça. Ela realmente estava pensando em se cuidar.
Aproximei-me devagar, segurando a sacola. Minha mãe se virou e me fitou.
- Então, como foi lá? - pergu