Saulo Prado
Eu ainda esperava uma resposta de Angelina quando ela se levantou do sofá. Ajustou o vestido verde longo, passou a mão pelo cabelo e calçou os chinelos sem me dirigir uma palavra. Eu não sabia se ela estava confusa ou apenas verificando como estavam os meninos.
Sim, eu estava me aproveitando da situação, claro. Ela estava vulnerável, Diogo distante... mas quando teria outro espaço como esse?
Ela entrou no quarto dos garotos e eu a segui, discretamente. Observei enquanto ela conferia cada detalhe.
- Como estão? - perguntei, tentando soar casual.
- Sob efeito do medicamento. Vou tomar um banho, pode... - Ela hesitou, mas assentiu.
- Claro. Fique o tempo que precisar.
Ela me olhou por um instante, como se pudesse ler cada intenção minha. Eu faria o possível e o impossível para ter minha família de volta? Claro que sim. Ela mal se afastou quando segurei sua mão, beijando sua testa. Queria tudo: ela, os meninos... e se não fossem apenas meus? Imaginá-los assim só me deixava mai