Desconfiada

Saulo Prado

- Sobre o que? A Angelina...

- Não, ela não sabe. Ainda é caso sigiloso, não quero preocupá-la. Acredito que, por hora, consigo resolver. Angelina já tem problemas demais. Por falar nisso, não poderei ir até eles por algum tempo... não sei de onde vêm essas denúncias, o que querem. E de alguma maneira... espera. Você disse que recebeu uma mensagem?

A voz de Diogo hesitou.

- Pois é. Estou no banheiro, e nela diz que vão me destruir assim como destruíram e estão destruindo, você. Saulo, eu não tenho inimigos...

Ouvi a risada curta, quase amarga, do outro lado da linha.

- Só existe uma pessoa que pode ser nosso inimigo em comum. - A pausa dele pesou mais do que as palavras.

Balancei a cabeça em negação, como se ele pudesse me ver. Era impossível.

- Não. O Otávio está incapacitado, Diogo. Não teria como...

- Tem certeza? - ele rebateu. - Me envie o número. Tentarei rastrear. Pode ser um indício, uma ponta desse novelo que há dias me tira o sono.

Falamos por alguns minutos, mas
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