Saulo Prado
O sábado, enfim, chegou.
Depois de uma semana pesada, com agendas lotadas e mais um caso delicado em minhas mãos, tudo o que eu queria era silêncio... e ela.
Angelina estava na recepção, como sempre pontual, impecável, atendendo uma das testemunhas do caso de Amalia Oliveira. Um divórcio sujo, repleto de traições, chantagens e um testamento disputado, uma empresa construida durante o periodo de casamento, trabalho e investimento dos dois.. Um estouro. Dinamite prestes a explodir. Frantesca havia nos abandonado no meio do fogo cruzado. Eu assumi como advogado secundário, e tudo começou a andar.
Na minha sala, eu ouvia outra testemunha. Rafael, concentrado, anotava tudo. Sabia que uma vírgula mal escrita poderia ser uma bala no tribunal.
Frantesca não apareceu. Nenhuma novidade. Era típico dela desaparecer quando a verdade começava a arranhar a superfície. Já Angelina, atendia outra mulher, a ex-cunhada da requerente, com aquela paciência quase clínica que ela reservava para