O silêncio que se seguiu foi mais ensurdecedor do que qualquer grito. Calleb olhava para Maria, mas sua mente estava correndo, voltando àquela noite no píer, tentando encaixar a versão dela dos fatos na sua. A imagem do beijo, a promessa em seus olhos... ele havia enterrado aquela memória sob camadas de raiva, convencendo-se de que tudo era parte do jogo dela.
Mas a dor no rosto de Maria, ali, na sua frente, era real. A humilhação que ela descreveu... ele se lembrava das risadas, do olhar chocado dela. Na época, ele pensou que era a surpresa de ter sido desmascarada. Agora...
"Por quê?", ele sussurrou, a pergunta era para si mesmo tanto quanto para ela. "Por que eu faria isso? Não faz sentido."
"Essa é a pergunta que eu me fiz por dez anos", ela respondeu, a voz cansada. "Você me beija como se eu fosse o centro do seu universo e cinco minutos depois me humilha na frente de todos. O que aconteceu naqueles cinco minutos, Calleb?"
Ele se levantou, andando pela sala como um animal en