Gabriel sentia o peso do mundo em seus ombros. O resort de luxo de sua família, um paraíso de piscinas de borda infinita e bangalôs privativos, parecia uma prisão. De seu terraço, ele observava o mesmo mar azul-turquesa que banhava o outro lado da ilha, mas não via beleza. Via apenas a distância infinita entre o que seu coração desejava e o que a realidade lhe impunha.
Ele havia fugido. A imagem de Maria, deslumbrante e etérea em seu vestido de noiva, caminhando em direção a Calleb – o homem que não a merecia, que a havia ferido por uma década – estava gravada a fogo em sua mente. Vê-la se casar por obrigação, seu primeiro e único amor, foi como assistir a um anjo ter suas asas cortadas. Ele precisava de ar, de um lugar onde o nome "Maliki" e "Alcântara" não significassem nada.
Então, quando ouviu os funcionários do hotel comentando animadamente sobre o Festival da Maré Escondida, uma festa de máscaras na praia do vilarejo, ele inicialmente descartou. Uma festa era a última coisa q