A festa de casamento foi um espetáculo grandioso e oco. Em meio ao salão de baile adornado com milhares de rosas brancas e cristais que gotejavam luz, Maria e Calleb moviam-se como as figuras de uma caixa de música. Eles dançaram, sorriram, ergueram taças a brindes vazios e aceitaram os parabéns de centenas de convidados cujos rostos se mesclavam em um borrão de sorrisos forçados. Eram os protagonistas de uma peça, sim, mas também eram marionetes, seus fios firmemente presos às mãos de suas famílias e às expectativas da sociedade.
Cada toque era coreografado, cada palavra, ensaiada. Quando seu pai, radiante, os elogiou por "finalmente encontrarem o caminho um para o outro", Maria sentiu a amarga ironia daquelas palavras. Calleb, ao seu lado, apenas sorriu, o sorriso de um homem que vendia uma mentira que ele mesmo havia comprado. Eles não eram um casal. Eram o símbolo mais caro e bem-sucedido de uma fusão empresarial.
Quando finalmente chegou a hora de partir, sob uma chuva de péta